segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Conexão


Dificilmente assisto a filmes em pré-estréias ou logo que entram em cartaz, para não pegar filas e salas cheias. Tampouco a opinião de quem já assistiu um longa costuma me influenciar na decisão de vê-lo ou não no cinema. Com Avatar, porém, ficou difícil manter-se alheio aos comentários positivos de quem já tinha assistido.

Hoje, no aniversário de São Paulo, montei um dia-cinema pra mim, já que não podia ter a companhia da esposa, que trabalha em outra cidade. O primeiro filme foi "Lula - O Filho do Brasil", que valeu à pena simplesmente pelo belíssimo retrato feito da relação entre Lula e sua mãe, Dona Lindu. Um laço de muito amor, respeito e carinho que me trouxe várias lágrimas, cada vez que eu me via com a minha própria mãe.

Depois, Avatar. Não vou traçar muitos comentários sobre a alta qualidade técnica do filme e seus efeitos especiais fantásticos, apenas isto: é difícil descrever tamanha beleza e criatividade. É um filme realmente impressionante.

Você pode ir ao cinema e encontrar em Avatar apenas exemplos clássicos de clichês holywoodianos ou pode curtir o tempo todo os resultados do avanço da computação gráfica. Digo que entrei na sala buscando apenas entretenimento, mas recebi muito mais do que isso.

Na história que serve de pano de fundo para o filme, humanóides nativos do planeta Pandora (os chamados Na'vi) precisam defender sua terra, povo e cultura do ataque de seres humanos que buscam o domínio do ambiente e a extração de um mineral valiosíssimo presente em grande quantidade sob o solo. A partir daí, são muitos os ângulos passíveis de exploração e análise de Avatar, desde comparações imediatas com os históricos de massacres aos índios brasileiros ou americanos, passando por mensagens ambientalistas bacanas e chegando até aos lembretes de respeito aos seus semelhantes (e aos nem tão semelhantes assim...).

No entanto, o que mais me chamou a atenção durante as 2 horas e 36 minutos de Avatar foram as metáforas visuais e simbologias que encontrei para aquilo que, em nossas "vidas reais", não podemos ver com os olhos, mas sim, com a alma: as conexões energético-espirituais entre os seres, e dos seres com a sua força criadora e mantenedora. A forma com que esses elos são buscados e estabelecidos são muito originais, e belos. Os rituais nativos seguem a mesma linha.

Esses momentos em Avatar me tocaram, não por aquele pensamento de montar ou preservar uma sociedade "selvagem, de cultura ímpar e em harmonia com a natureza", mas por trazer à materilização, por tornar visual, de alguma forma, a simples troca de energia. É aquilo que podemos apenas sentir. É aquilo que não é palpável. É aquilo que, muitas vezes, faz a diferença em uma decisão, mesmo que você não perceba. É aquilo de que precisamos para viver melhor, e de que sempre vamos precisar, enquanto utilizarmos o nosso próprio Avatar neste plano.

Assista.

2 comentários:

  1. Eita, esse blogueiro tá mto devagarrr!! rsrs
    vamo atualizar esse negócio!! pelo menos um post por mês, né rsrs
    Bjos,
    Mirian

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  2. rsrs é verdade Miri, a bronca é merecida! Bjo!

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